Quem são as jogadoras de vôlei mineiras que fugiram de hotel invadido por manifestantes no Nepal
Hotel em que estavam jogadoras de vôlei brasileiras é invadido no Nepal As jogadoras de vôlei brasileiras Ana Flávia Galvão, de 28 anos, e Mayra Souza, de ...

Hotel em que estavam jogadoras de vôlei brasileiras é invadido no Nepal As jogadoras de vôlei brasileiras Ana Flávia Galvão, de 28 anos, e Mayra Souza, de 26 anos, estão no Nepal em meio aos protestos que tomaram conta das ruas e prédios públicos do país asiático desde segunda-feira (8). As atletas fugiram de um hotel em Pokhara, na região oeste nepalesa, após invasão de manifestantes na terça (9). Elas não sabem quando poderão retornar ao Brasil. Manifestantes no Nepal invadiram o complexo do Parlamento nepalês e atearam fogo à sede do Legislativo e em casas de ministros para protestar contra a desigualdade social, a corrupção e o bloqueio de redes sociais. Foram confirmadas 25 mortes até o momento e o primeiro-ministro, KP Sharma Oli, renunciou ao cargo. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Triângulo no WhatsApp Mayra Souza (esquerda) e Ana Flávia Galvão (direita) continuam no Nepal Redes sociais Ana Flávia é mineira de Uberlândia e tem 28 anos. Formada nas categorias de base do Praia Clube, a levantadora passou por São Caetano antes de se transferir para o vôlei internacional. Na carreira, jogou na Espanha, Hungria, República Tcheca, Eslováquia e Suíça. LEIA TAMBÉM: Jogadoras brasileiras que tiveram hotel invadido no Nepal não sabem quando voltarão para casa: "Desesperador" ENTENDA a crise no Nepal Já Mayra Souza tem 26 anos, joga como ponteira e se formou na base do Mackenzie, de Belo Horizonte, cidade onde nasceu. Ela jogou por Valinhos, Taubaté e Recife, entre outros clubes brasileiros, e vive a primeira experiência fora do país neste ano. As duas atletas não se conheciam antes de embarcarem juntas para o Nepal. Contratadas pelo clube Karnali Yashvis, Ana Flávia e Mayra estavam no país desde o dia 1º de setembro para participar da competição Everest Women's Volleyball League. "A proposta para jogar no Nepal veio como todas as que eu recebo. O time entrou em contato com o meu empresário e decidi vir pra cá. É apenas a segunda edição da liga, o vôlei está ganhando força e a população gosta muito do esporte. Eu e Mayra não nos conhecíamos antes, mesmo sendo duas mineiras. Eu de Uberlândia e ela de BH. Viemos juntas do Brasil pra cá", contou Ana Flávia. Esporte: atleta de Uberlândia tem hotel invadido durante protesto no Nepal Brasileiras fugiram a pé As jogadoras estavam hospedadas em um hotel em Pokhara, na região oeste do país, junto com as demais companheiras de time, quando os manifestantes invadiram o prédio. Ana Flávia contou que, na tarde de terça-feira, se assustou com o barulho da invasão e decidiu fugir a pé com a colega. Elas não se feriram. "Estávamos tranquilas no hotel quando percebemos que os manifestantes já haviam colocado fogo em vários veículos do estacionamento e estavam começando a invadir. Eu estava sozinha no meu quarto, que era no segundo andar, quando ouvi os barulhos. Uma colega de time que também é brasileira [Mayra] veio ao meu quarto e ficamos juntas. Conseguimos fugir por uma área verde que estava próxima do rooftop", contou Ana. Mayra Souza teve hotel invadido no Nepal Reprodução As duas fugiram levando apenas os pertences mais importantes e os documentos. Depois de horas de tensão, elas foram transferidas pelos gestores do clube para outra acomodação, mais distante do foco dos protestos. "Agora já estamos mais tranquilas, não tem barulho de protesto nem de vandalismo. Mas a tensão se mantém, ontem foi bem assustador", disse Ana Flávia em entrevista ao ge. Agora, as brasileiras aguardam uma definição sobre o fim das manifestações para saberem quando poderão retornar para casa. "O exército assumiu o poder do país, e as orientações por enquanto são para todos se manterem em toque de recolher. Por isso, ainda não sabemos quando vamos poder deixar o Nepal, pois os aeroportos ainda estão fechados e o exército está nas ruas", explicou. Exército vigia ruas no Nepal após protestos que deixaram 25 mortos Entenda a crise no Nepal O Nepal presenciou, entre segunda-feira (8) e terça-feira (9), uma fulminante revolta da "Geração Z" contra o governo, motivada pelo contraste entre a ostentação de políticos e a pobreza da população. O bloqueio de redes sociais foi visto como a gota d'água para uma revolta sem precedentes no país. A desigualdade social é um dos principais pontos de descontentamento dos jovens nepaleses que levaram milhares de pessoas às ruas. Os manifestantes vinham conduzindo uma campanha online havia três meses para expor o contraste entre a vida dos políticos e a das pessoas comuns. A situação se agravou ainda mais após o bloqueio do acesso a redes sociais, como Instagram e Facebook, por parte do governo local, que apontou a disseminação de fake news e a falta de cooperação das big techs com a Justiça como motivos para o banimento. Após o anúncio, a tensão chegou ao limite. Durante as manifestações, prédios governamentais e casas de ministros foram incendiados, e autoridades políticas foram arrastadas para as ruas e agredidas. Perfil do Nepal Juan Silva/g1 Mayra Souza teve hotel invadido no Nepal Redes sociais VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas .